sábado, 11 de agosto de 2012

JOGO DA VIDA


JOGO DA VIDA
Marlene Caminhoto Nassa

No jogo da vida
Sem carta marcada
Nem curar a ferida
Da banca falida
Revolve as questõs dessa vida
E não resolve a angústia da ida
Nem tampouco apaga
Toda brasa dormida

Um sopro, uma aragem,
Um vento sutil
Devolve essa chama
Devolve a coragem
Que doi mas que clama
                                                                          Para impedir o funil
                                                                          De sentimento pueril
                                                                         Que se espreme na alma
                                                                         E nos tira essa calma
                                                                         E nos ata num só fio...

XADREZ
Marlene Caminhoto Nassa

Como não jogo xadrez
Proponho um xerez
Pois quem sabe dessa vez
Tu que Já fostes rei
E se tua rainha serei
Lutaremos contra as torres
Impenetráveis, inatacáveis
Desse jogo sem ganhadores
Teu beijo a aplacar minhas dores
E o meu beijo a te levar flores
Amansará teu coração de peão
Se o bispo não nos atrapalhar
Minha rainha e o teu rei
Nesse tabuleiro de amar
Derem cheque mate na cama
Como cavalo a galopar...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

HOUVE VIDA E ÁGUA EM MARTE?

MARTE AZUL
Marlene Caminhoto Nassa
Água azul em Marte?
Prever nossa sorte?
Já foi azul também?
Árida, poluída, doída
É só o que hoje tem
Nossa futura morte
e sorte também?
Terra:
Reparte comigo agora
A cor azul da água tua
Para eu pintar sem demora
Enquando houver refração
E as cores todas  a escolher
Marte nos mostra agora a crer
Que existindo só o vermelho de cor
Sangue  de vida extinta que devia haver
Será a cor exata de nossa futura dor
E não haverá mais nenhum pintor...

sábado, 28 de julho de 2012

ORAÇÃO PROFANA
Marlene Caminhoto Nassa

Seus braços são fortes como galhos hirtos no ar,
Como uma doce cruz a me chamar!
E num louquíssimo abraço quero neles me crucificar!
Eu sou um navio errante,
E você um porto lindo de se ancorar!
Desejo misturar nossos fluidos e suores,
Nossas fantasias mais secretas, sem temores.

Na nossa pele, no nosso olhar e no nosso modo de amar
Levaremos para sempre a nossa presença,
Como uma sombra a pairar nessa descrença
De que um dia juntos iremos ficar
Pouco importa... Nada irá mudar...
Quebremos regras... Convenção...
Sejamos ousados, abusados!
Será nosso caminho? Nossa solução?
Nossa tábua de salvação?
Ou de nossa completa perdição?
Na cruz dos nossos próprios braços
Templo profano e proibido desses laços
Ate me me agora nos seus abraços,
Altar meu, altar seu, altar ateu
Crucificados e devassos nessa insana devoção
Nossos corpos, oferta sua e ofertório meu,
Carne que se sacraliza nesta profana oração!

MAR DO AMOR
Marlene Caminhoto Nassa

Foi tudo de bom
Navegar em seu mar pelo mundo
Quando havia tempo de calmaria
Nossas velas você recolhia
E lançava a âncora bem fundo

Ancorados em mar alto
Nada podia nos atrapalhar
Sentindo a brisa macia
No nosso corpo a tocar

Balançando nas suas águas
Às vezes conseguia até mergulhar
Catava as estrelas marinhas
E você me dava as do luar

Comíamos as estrelas da água
E com as do céu
Alimentávamos nosso sonhar

Mas o tempo de calmaria
Começou cedo a mudar
Soltamos as velas
Mas no meio da tempestade
Era impossível navegar

Nossa caravela água pôs se a fazer
E o mar do amor
Antes tão calmo e sereno
Ameaçava a nos arrastar
Em suas águas revoltas

E com todas as velas soltas
Ficamos perdidos nesse mar

Náufragos nesta praia deserta
Seremos presa certa
Pode crer
A não ser que desses destroços
Outra embarcação possamos fazer..
OUTROS OLHARES
Marlene Caminhoto Nassa
Olhes-me com olhos do teu coração
Entendas-me sem nada falar
Use a compreensão de poeta
Tateando por meus sentimentos
Lendo no braile dos dedos e da emoção
Os por quês desta minha solidão
Explores-me nesse teu ato
Minucioso perfeito e exato
Com teus dedos e teu desejo de fato
Enviando do coração ao corpo meu
As provas inequívocas do desejo teu
E encontrarás escondida nos espaços,
Camuflada entre outros  traços meus
A menina que  se expõe
 Frágil e nua
aos olhos teus...

domingo, 22 de julho de 2012

poesia INSTRUMENTO TEU

INSTRUMENTO TEU
Marlene Caminhoto Nassa

Com a língua quente na minha gruta
A lamber o contorno dos lábios meus
Teus dedos travam uma delicada luta

Ouve se de repente, num instante,
Em forma de espasmo e de gemido meu
Um concerto doce e alucinante

Tiras notas dissonantes com tua batuta
Quando fazes do meu corpo o instrumento teu!