terça-feira, 23 de abril de 2013

SEM SUSTENTAÇÃO


SEM SUSTENTAÇÃO

Marlene Caminhoto Nassa

 

Preciso espremer as palavras com a mão

Nesta madrugada triste vazia e de medo

Em que sinto fugir-me completamente o enredo

E para que não escorra pelo dedo em roldão

A poesia que tento fazer e não desata

Tento maturar novas estrofes em vão

E a poesia inexata incompleta e chata

Não se sustenta

E lenta

Morre aqui e agora neste chão...

NÃO NASCEU POESIA

Marlene Caminhoto Nassa

 

Desejei teu verbo semente

Depositado docemente

Na minha carne quente

Declamado aos meus ouvidos

Fez me viver só o presente

Deleitando os meus sentidos

E me esqueci de ser prudente

 

 Atada àquele instante

Com o coração hoje indigente

Não sou nada do que queria

E em vez de engravidar de poesia

Estou mais estéril e vazia...

quarta-feira, 17 de abril de 2013


SEM SONHOS

Marlene Caminhoto Nassa

 

À hora que o sol se põe

Ela fica no seu canto a pensar

Não faz mais nada na vida

Além de o passado lembrar

Ela é desenganada por dentro

E por fora é sem encantamento

A juventude já passou com calma

E num príncipe a tola acreditou

Deu seu corpo e sua alma

A um diabo que a levou

Pobre coitada hoje se quedou

Ficou sem príncipe e sem fada

Que a façam em algo acreditar

Sem a vara dele

Não consegue mais gozar

E sem mais a magia de fada

Não pode sequer sonhar...