terça-feira, 30 de abril de 2013


POESIA INDECENTE

Marlene Caminhoto Nassa

 

O seu amor

Mendigo

Indigente

Deixou me

Assim

Vazia

Pobre

Silente

Germinou em mim

Nostalgia

Raiva

Tirou alegria

E daí nasceu assim

De repente

Só esta poesia

Indecente

segunda-feira, 29 de abril de 2013

SEM VERNIZ


SEM VERNIZ
Marlene Caminhoto Nassa

A bala pronta na agulha
É aquilo que me diz
Pode ser a fagulha
De um disparo infeliz

Se um dia já fomos fogo
Essa sua palavra dura
Pôs um fim a esse jogo
Agora só pedra escura
De carvão sem verniz

NASCER E VIVER POESIA


NASCER E VIVER SONETO
Marlene Caminhoto Nassa

Esta palavra que rasga a folha de ponta a ponta
Carrega um poema dentro dela e já está pronto           
Dá ao coração do poeta a emoção que aponta
A intensidade dum sentimento que o deixa tonto

O pintor das letras inspirado abre sua paleta em cores
Pintando saudades de todos seus amores dispersos
E entrega a eles os buquês coloridos e arranjos de flores
Feitos com o sentimento de um amor em versos

E a profusão de cores dessa flor poesia e verso
Despeja cores e saudades desse amor disperso
E eleva nosso espírito em sintonia com o universo

E esse poema em mil cores e emoções já envolto
Devagarinho vai ganhando voo e se sentindo solto,
Vai viver como soneto em qualquer mar revolto...


MUDANÇA
Marlene Caminhoto Nassa

Silenciosamente e em solidão,
Surdo e mudo o silêncio me muda
Em cio silente de transformação
Vida e morte se amaram enfim
Para criar o ser que irá nascer
Na germinação que acontece em mim.

Reviravolta que me volta
Das entranhas
Finalmente se solta
De dentro de mim

Eu colho e recolho
Nesse parto meu
Dolorida
Um novo eu

Recém-nascida assim
E nessa parida
De morte e de vida
Sou eu que mudo enfim


TENTANDO FAZER POESIA
Marlene Caminhoto Nassa

Só com as letras na minha cama
E em completa solidão
E à procura de algum calor
Palavras desejam formar caladas
Alguma poesia de amor
Mas só como letras separadas
Não conseguem formar nada
Perdidas nessa fria escuridão

Não tenho mais comigo o corpo teu
A explorar minhas vias centrais e periferia
Que despertava desejo e aquecia o leito meu
E que fazia sempre me explodir em alegria

Sem tua boca nunca mais a dizer que me ama
Esfriando tudo e apagando qualquer chama
Eu não consigo escrever nenhuma poesia
Nem com os dedos em cama assim tão fria...

sexta-feira, 26 de abril de 2013


SEM MEDO DE ABUSAR
Marlene Caminhoto Nassa

Sem medo de abusar
Sem medo de ser feliz
Sem medo de investir
Ou de ser um aprendiz
Botar a cara pra apanhar
A bunda pra aparecer
O coração pra sonhar
Ser velha e ser menina
Sem destino caminhar
Não se incomodar com a sina
Se soltar as rédeas da paixão
E ter as nuvens pra se escorar
Amar gozar viver jogar sonhar
E entender que nesse jogo da vida
Ou se morre ou se pega fogo
Se for o único jeito de viver feliz
Sem temer qualquer ferida
Prefiro arriscar tudo por um triz!