sábado, 17 de dezembro de 2011

GRANITO
Marlene Caminhoto Nassa

Como resto grudado na barranca de um rio
sinto me agora um arremedo de poesia
restante da torrente das águas turbulentas
das tuas palavras de incompreensão e de frio

Arrastou nessa corredeira toda minha alegria
E deixou na minha alma a sensação do vazio
E o significado de ter sido só objeto
de uso consentido
descartável
poluído
mas não menos
infinitamente doído...

A doçura de antes,
Conseguido teu intento,
tirou me de vez
o alento
e o encanto
transmudou me o canto

E hoje
meu grito
é só de granito...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CONTINUAR A ENCANTAR
Marlene Caminhoto Nassa

A tua ausência
tem sido para mim
a  mais triste presença,
a mais sofrida sentença...
E mesmo nessa descrença
que nutres sobre a verdade
que não queres acreditar
e  minha perseverança
em te provar a lealdade
sobre a palavra empenhada
não me deixa ficar calada
e necessito gritar:
Eu te quero de qualquer
maneira
só não me deixes aqui
nesta beira
tentando me equilibrar
nem deixando o pranto rolar
Amanses um pouco
teu coração
Não me digas mais
não!
Ame me com a ternura
do primeiro olhar
a paixão do primeiro sexo
aperte-me
num amplexo
extremanente solar
Olhe me fundo
nos olhos
Nunca me faças
mais chorar
Beijes a palma de minha mão
e seja o que for
por favor
continues a me encantar!
PRESENTE SOLIDÃO
Marlene Caminhoto Nassa
A mesma intensidade
que me pregou
na cruz
do teu abraço
e me atou
nesse laço
dessa cruz
e que me encantou
com tua luz
fez me cruxificar
na dor silente
e na solidão
sem luz
agora presente
desse teu ausentar...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

VENHA DEPRESSA
Marlene Caminhoto Nassa

O espaço traçado
entre voce e eu
de repente se fechou
no lado seu...
Meu coração
apertado
um bocado
sentiu se
encurralado
sem saber
qual lado
escolher...
Voce impos
essa barreira
assim sem eira
nem beira
E não ve
nessa atitude
que se ilude
pois não deixo
de querer...
Minha paixão
é tão forte
que me retira
o norte
e faz com que
até me fira
mas nunca tira
o tesão que tem
seu nome
e que inteira
me consome
devagar...
Dá uma trégua
mata minha fome
desmedida de régua
e sem nada regular
Seja de novo
o meu homem
e venha depressa
me amar!

sábado, 12 de novembro de 2011

MEMÓRIA EM MIM
Marlene Caminhoto  Nassa

Você já escreveu
Sua memória
Feito poesia
Em mim...
Foi se embora sem ler.
Deixou os versos seus
Gemendo...
Gemendo...
Nos ouvidos meus...