domingo, 1 de setembro de 2013

NÃO NASCEU POESIA
Marlene Caminhoto Nassa

Desejei  teu verbo semente
Depositado docemente
Na minha carne quente
Declamado nos meus ouvidos
E engravidando minha mente
Mas me fez viver só o presente
Embaralhando os meus sentidos
Que me esqueci de ser prudente

 Atada àquele instante
Pelo elo sensual gigante
Com o coração hoje indigente
Não sou nada do que queria

E em vez de engravidar de poesia

Estou mais estéril e vazia...

AGORA

AGORA
Marlene Caminhoto Nassa

Desejo viver o agora
Não quero pensar no amanhã
Uso sempre meu melhor perfume
E perfumo o caminho que passo
Contemplo da noite o negrume
Não me arrependo do que faço
Coloco diariamente na mesa
As melhores louças e cristais
Enxugo me com toalhas macias
Acendo velas em castiçais
Quero somente usar
O que de melhor possuir
Sem nunca me preocupar
Se amanhã poderei fluir
É preciso viver o agora
Mesmo quando não se quer
E se amanhã é alguém
Que por nós chora
Em um cemitério qualquer?
Se eu estou viva nesta hora
Não sei o depois do amanhã
Só levarei o que vi ouvi e senti
E o que estiver dentro de mim
Se nessa vida não gozar
Das coisas boas, enfim,
Serão os outros a aproveitar
Desses bens em vez de mim