sábado, 17 de dezembro de 2011

GRANITO
Marlene Caminhoto Nassa

Como resto grudado na barranca de um rio
sinto me agora um arremedo de poesia
restante da torrente das águas turbulentas
das tuas palavras de incompreensão e de frio

Arrastou nessa corredeira toda minha alegria
E deixou na minha alma a sensação do vazio
E o significado de ter sido só objeto
de uso consentido
descartável
poluído
mas não menos
infinitamente doído...

A doçura de antes,
Conseguido teu intento,
tirou me de vez
o alento
e o encanto
transmudou me o canto

E hoje
meu grito
é só de granito...

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