segunda-feira, 10 de setembro de 2012


EXTREMOS

Marlene Caminhoto Nassa

 

A tristeza se liquidifica

Na lágrima que verte

Da sensação que fica

No vórtice da emoção

Que arrebatadoramente

Levou de roldão a razão

 

É de extremos nossa mente

Ódio e paixão nos habitam

Livremente

No lugar da vida

Pode restar a ferida

Ou a morte

Nessa difícil lida

Por sorte

Teremos paixão

Ou será só solidão

 

Viver em extremo

No fio da navalha

Beber o veneno

Esperando a mortalha

Ou por algo que valha

Como um gozo feliz

Estraçalha qualquer motriz

 

A bala pronta na agulha

É tudo aquilo que se diz

Pode ser a fagulha

Com gosto amargo de fel

Ou delicioso mel

Pode ser um estopim

Que queime e mate raiz

Ou que nos leve ao céu

Ou que nos faça para sempre

Infeliz!

 

 

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