domingo, 15 de maio de 2011

AÇUCENA
Marlene Caminhoto Nassa

Numa madrugada
Lindo ramo de açucena
Também chamada
Flor de lis
De ti ganhei

Em uma caixinha
Guardei quando secou
E nem sei quanto tempo
Ela por ali ficou

Revendo coisas antigas
Para jogar fora
O que não
Mais prestasse

Encontrei a açucena
E nesse momento
Mesmo que não desejasse
Meu pensamento
Voou para ti

Assim como aquela açucena
Agora tão desidratada
Esquecida tão serena
Naquela caixa guardada

A dor que me seguia
Por esses anos a fio
Minha única amiga
Como uma vela sem pavio
Fez se mais feroz e intensa

Como uma sentença
De morte
A açucena seca
Representava
Minha sorte

Impossível de nos reviver:
Sem mais luz e sem encanto

A açucena desidratada
Encostada num canto

E eu acompanhada
Somente do meu pranto...

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