terça-feira, 31 de maio de 2011

SUA POESIA
Marlene Caminhoto Nassa

Invadindo os meus becos,
Elevações, reentrâncias, grotões
E minhas ruas marginais,
Caminhando por eles,
Desabotoando botões,
Seus dedos magistrais
Retiram deles
Todos os meus ais...
Tem de cúmplice sua boca,
Que mata meu desejo...
Boca cúmplice, louca,
Lambe, sorve e saboreia
Minha fenda
No lençol de renda
Fazendo dela sua ceia.
Dedilham o meu seio,
Seu recreio...
Descobrem vielas, becos,
Ruas vadias,
Ruas vazias...
E na minha periferia,
Seu membro rijo
Escreve uma poesia...

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