GRANITO
Marlene Caminhoto Nassa
Como resto grudado na barranca de um rio
sinto me agora um arremedo de poesia
restante da torrente das águas turbulentas
das tuas palavras de incompreensão e de frio
Arrastou nessa corredeira toda minha alegria
E deixou na minha alma a sensação do vazio
E o significado de ter sido só objeto
de uso consentido
descartável
poluído
mas não menos
infinitamente doído...
A doçura de antes,
Conseguido teu intento,
tirou me de vez
o alento
e o encanto
transmudou me o canto
E hoje
meu grito
é só de granito...
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