sexta-feira, 8 de abril de 2011

IMAGINAÇÃO

Marlene C N





Se me recitares os Cânticos dos Cânticos

Do rei Salomão e do teu

E queres ser voyer do prazer solitário meu

Sacrílego és também e tanto quanto eu





Tua voz rouca de tesão me ensina

O que fazer no lugar do falo teu

Voltei ao meu tempo de menina

Com a bíblia molhada do porejo meu



Devemos transgredir, equacionar

A realidade com a minha e a tua vontade

Mesmo que transcorra em ficção

Faça me de tua palavra com suavidade

O que realizo agora com a mão...



Que teu verbo viril me possua

Deitada sobre os versos teus

Nua

Despidos de pudores e sem peias

Substitua logo a minha mão

E me faças

Tua



Gozemos nós dois nas teias

Dessa louca imaginação...

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