POR TESTEMUNHA A LUZ DA TELA
Marlene Caminhoto Nassa
Tua mão esquerda em mim
Tateando o braile de meus seios
Lendo neles tudo enfim
Deixando me sem meios
De não me tornar
Um livro para tatear
Fostes abrindo devagar
Todas as páginas
De meu corpo
Com as mãos,
Com a boca
E com o olhar
Teu corpo encostando
Doce volume no espaldar
E devagar tentando
Por-me nua
Desesperada desejando
Também ser tua
Tendo a testemunhar
Somente a luz da tela
Como a chama tênue
De uma vela
Do computador
A desligar
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