sexta-feira, 29 de abril de 2011

NAQUELA LUA CHEIA
Marlene Caminhoto Nassa

A lua inteira e nua
Pintava desenhos
Cor de prata
Enfeitando toda
A mata

Seus raios
Que entravam
Nas alcovas
Eram os pincéis
Que rabiscavam
Nos dóceis

Desenhavam
Nos corpos dos amantes
Contornos prateados
Fulgurantes
Testemunhas únicas
Desses instantes

Impossível imaginar
Que aquele luar
Pudesse testemunhar
Tanta dor
E tanto amor

Por não ter a sorte
O amante apaixonado
De junto dela ficar
Um pacto de morte
Foi selado ao luar

Naquela lua cheia
Que prateou o lençol
Dos amantes
Viu se ao nascer do sol
Cenas impressionantes

Hoje nada mais é desenhado
Como no tempo dos amantes
O raio da lua é acanhado
Bem mais triste do de antes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário