sábado, 10 de setembro de 2011

ARRUMAR A CASA
Marlene Caminhoto Nassa

Depois que daqui te fostes
Precisei arrumar a casa
Parecia um furacão
Que havia passado por ela

Meus sentimentos
Esgarçados
Amassados
Pisoteados
Arremessados no chão

Minha alegria
Antes tão linda
Quedava morta
Em baixo da porta

Em cima da nossa cama
Emaranhada nos lençóis
De cetim
Nossa história de amor
E chama
Agonizava enfim

As paredes testemunhas
Mudas
Do seu falso amor
A mim
Estavam encardidas
Difíceis de limpar
Assim

Vai levar muito tempo
Para limpar e arrumar
Se é que de casa
Posso chamar

Sem o teto e sem o chão
Histórias agonizantes
Turvando dela o semblante

E me lembrando
A todo instante
O cansaço que terei
Em meio a essa sordidez
Para arrumar e reerguê-la
Outra vez!

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