ARRUMAR A CASA
Marlene Caminhoto Nassa
Depois que daqui te fostes
Precisei arrumar a casa
Parecia um furacão
Que havia passado por ela
Meus sentimentos
Esgarçados
Amassados
Pisoteados
Arremessados no chão
Minha alegria
Antes tão linda
Quedava morta
Em baixo da porta
Em cima da nossa cama
Emaranhada nos lençóis
De cetim
Nossa história de amor
E chama
Agonizava enfim
As paredes testemunhas
Mudas
Do seu falso amor
A mim
Estavam encardidas
Difíceis de limpar
Assim
Vai levar muito tempo
Para limpar e arrumar
Se é que de casa
Posso chamar
Sem o teto e sem o chão
Histórias agonizantes
Turvando dela o semblante
E me lembrando
A todo instante
O cansaço que terei
Em meio a essa sordidez
Para arrumar e reerguê-la
Outra vez!
Nenhum comentário:
Postar um comentário