quinta-feira, 21 de junho de 2012

ARREMEDO E BRINQUEDO
Marlene Caminhoto Nassa
O teu mar não pude conhecer
Arrebentou se na rocha e explodiu no ar
Sem encontrar antes o meu chão...
E os grãos da minha areia brilharam em vão
Sem serem lavados pelo jato de espuma do teu mar .
Os teus sonhos, se é que os possuía, eram só teus...
E dos meus sonhos não te pude falar
Foram anulados e morreram nos dedos meus
Não havia ouvidos para os escutar...
As tuas delícias ficaram só na minha vontade
As tuas tentações não eram de verdade
Olhos que espelhavam desejo eram só os meus
Os teus eram opacos e em profundos breus...Mãos sedentas no meu corpo não haviam não
E me deixaram na carne o desejo em vão...
Boca que se afundasse na minha e me tirasse a respiração
Não aconteceu, não...
Despir-me com os olhos, despir-me com as mãos
E que era tudo o que eu queria
e tu prometias, mas não houve não...
Despir-me com a boca e me deixar louca
Nunca jamais também aconteceu...
E o futuro foi sendo desconstruído desse modo
Nessa hora
No presente meu e no descaso teu...
E agora
Restou me um brinquedo
Um arremedo de amor
Em que me quedo
Junto com meu medo
Sozinha e em dor...

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