RÉDEA SOLTA
Marlene Caminhoto
Amordaçaram minha boca
E impediram-me de expressar
Mas a rédea que a prendia
Começou a se soltar
Minhas palavras se livraram
E se puseram loucas a bailar
Por sobre as flores dançaram
Fazendo até o caule vergar
Não pude mais reter
Elas necessitavam se libertar
Ficaram entaladas no peito
Sem ninguém para ler
E agora brincam pelo ar
Livres desse jeito
E o meu verso
Com rédea solta
Qual cascata borbulhante
Em névoa envolta
Alforria me nesse instante
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