domingo, 30 de março de 2014

RÉDEA SOLTA


RÉDEA SOLTA

Marlene  Caminhoto

 

Amordaçaram minha boca

E impediram-me de expressar

Mas a rédea que a prendia

Começou a se soltar

Minhas palavras se livraram

E se puseram loucas a bailar

Por sobre as flores dançaram

Fazendo até o caule vergar

Não pude mais reter

Elas necessitavam se libertar

Ficaram entaladas no peito

Sem ninguém para ler

E agora brincam pelo ar

Livres desse jeito

E o meu verso

Com rédea solta

Qual cascata borbulhante

Em névoa envolta

Alforria me nesse instante

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