terça-feira, 5 de julho de 2011

CÂNTARO QUE SE PARTE
Marlene Caminhoto Nassa

Mesmo aos pedaços assim
O lindo cântaro de água
Espalhado em cacos pelo jardim
Parece alguma história de amor

Imagino que um dia ele foi lindo
Querido e desejado
Cheio de água ou de flor
Era sempre festejado
Enquanto servia a rigor

No chão, triste e quebrado
Sem serventia nem valor
Almeja não ser muito pisado
Para não sentir tanta dor

Aos pedaços, sem sua identidade
Ninguém hoje se lembra
O quanto ele deu de felicidade
Nem tem idéia de quanta sede aplacou

Não pode ser mais refeito
Assim esmagado e desfeito
Por mais que se sinta só
Não há jeito:
É como nós
Vai acabar virando pó...



CANÇÃO PROIBIDA
Marlene Caminhoto Nassa

Como proibir uma canção?
Isso aconteceu no Brasil
Só nos tempos de repressão

Tristes histórias que temos
Para recordação
Lindas poesias músicas
Pensamento arte canção
Eram proibidos por arbítrio
Dos censores do regime de então

Fiz parte dessa luta
Pela volta da liberdade de expressão
Não se imagina país democrático
Embaixo de grilhão

Nossa palavra nasce livre
E da arte qualquer manifestação
Deve ser aceita sem senão

É só assim que vive de verdade
Em liberdade
Qualquer povo
Qualquer nação

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