DE MÃOS DADAS
Marlene C.aminhoto Nassa
Minha paisagem é por inteiro!
Sem ovelhas nem pastores,
Mas com galinhas brancas no galinheiro,
O abacateiro...
Roupas coloridas no varal
O pé de amoras, o formigueiro...
Até o cheiro do quintal!
Tudo fica numa caixinha,
Bem ao lado da ladainha
Que minha mãe punha-se a rezar,
Lá no fundo da memória.
E quando eu quero recordar,
Abro, devagar, a caixinha,
E a menina que está lá dentro,
Vem correndo me buscar!
E nós saímos de mãos dadas,
Ela me ensina a temer nada,
E numa cúmplice parceria,
Ela me reconstrói a alegria,
Do pé descalço na enxurrada,
De olhar o arco íris
Logo depois da chuvarada!
E quando ela volta pra caixinha,
Que gracinha!
Bem velhinha!
Aí sou eu que começo a engatinhar!
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