A CRUZ VELHA
Marlene Caminhoto Nassa
Não há quase nada
Que perturbe a paz
Aqui nesta cruz
Ao lado da estrada
Flores simples
Foram plantadas
Num canteiro
Que só tem a natureza
Para molhar
Algum viajante crente
Ainda pára e vem orar
Reza pela alma do ausente
Que nem mais placa
Possui para indicar
Um gorjeio triste
Algum passarinho
Vem cantar na cruz
Flores simples resistentes
Criadas sob muita luz
Não têm mel para ofertar
Então as borboletas
Afastaram se do lugar
Lugar triste e ermo
Sem sombra no dia quente
Para talvez um enfermo
Sentar se para repousar
Tenebroso na lua cheia
Dizem que há assombração
E todos então se afastam
Temendo perturbação
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