quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma Profana Oração

Marlene Caminhoto Nassa

Seus braços são fortes como galhos hirtos no ar,
Como uma doce cruz a me chamar!
E num louquíssimo abraço, hei de neles me crucificar!
Eu sou um navio errante,
E você, um porto lindo de se ancorar!
Desejo misturar nossos fluidos e suores,
Nossas fantasias mais secretas, sem temores.
Na nossa pele, no nosso olhar e no nosso modo de amar,
Levaremos para sempre a nossa presença,
Como uma sombra a pairar...
Se vamos ficar juntos? Para sempre?
Pouco importa... Nada irá mudar...
Quebremos regras... Convenção...
Somos ousados, abusados!
Será nosso caminho? Nossa solução?
Nossa tábua de salvação?
Ou de nossa completa perdição?
Crucifiquemo-nos um no outro, agora,
Na cruz dos nossos próprios braços.
Vamos infinitas vezes fazer amor,
No templo profano e proibido desses laços.
E transformemos nossos sexos,
Em um altar de adoração sensual
Esqueçamos de que não posso ser sua
Nem você ser meu, além do virtual!
E assim crucificados em abraços,
É a nossa carne que rezará em devoção
Esta insana, erótica e profana oração!

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