sexta-feira, 25 de março de 2011

ABSINTO E POESIA
Marlene Caminhoto Nassa.

O som de Cesária Évora penetra
Em meus ouvidos
Tua imagem nua
Aguça meus sentidos
Banhada nessa luz da lua
E no caleidoscópio
De meus desejos incontidos

É como uma tsunami
Que se aproxima veloz
Eriçando a pele
Invadindo minha praia
Inundando meus vales e fendas
Sob a minha saia

Porejam meus canais
Ao som de meus ais
Enquanto me dispo
Compreendendo os teus sinais

E nesse mar de sedução
Mergulhas mais fundo
E fazes da minha fenda
Teu cálice de absinto
Brindando no lençol de renda

Embriagados nesse absinto
Nossos corpos escrevem poesias
De desafio e cordel
Quando recito um verso
Retiras dele meu mel
E respondes outro molhado
Com teu corpo colado
Ao meu

E no meio desse mar
Do meu desejo e do teu
Nossas águas se acalmam

Minha poesia volta agora
Novamente a se banhar
Em versos livres ao luar
Tomo mais um gole de Absinto
Ouvindo Cesária cantar
Nas entrelinhas fico a te espiar...

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