NAQUELA LUA CHEIA
Marlene Caminhoto Nassa
A lua inteira e nua
Pintava desenhos
Cor de prata
Enfeitando toda
A mata
Seus raios
Que entravam
Nas alcovas
Eram os pincéis
Que rabiscavam
Nos dóceis
Desenhavam
Nos corpos dos amantes
Contornos prateados
Fulgurantes
Testemunhas únicas
Desses instantes
Impossível imaginar
Que aquele luar
Pudesse testemunhar
Tanta dor
E tanto amor
Por não ter a sorte
O amante apaixonado
De junto dela ficar
Um pacto de morte
Foi selado ao luar
Naquela lua cheia
Que prateou o lençol
Dos amantes
Viu se ao nascer do sol
Cenas impressionantes
Hoje nada mais é desenhado
Como no tempo dos amantes
O raio da lua é acanhado
Bem mais triste do de antes...
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